Sinais de alerta de suicídio em crianças e adolescentes: um olhar neuropsicológico
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- 3 de set.
- 2 min de leitura
Por Paulo Secato – Psicólogo e Neuropsicólogo
O tema do suicídio em crianças e adolescentes é delicado, mas precisa ser tratado com seriedade e embasamento científico. Durante o Setembro Amarelo, a sociedade volta os olhos para a prevenção, e é justamente nesse contexto que quero trazer uma reflexão sobre os sinais de alerta que podem indicar risco, à luz da neuropsicologia e das avaliações clínicas.

A importância de reconhecer os sinais precoces
A infância e a adolescência são períodos críticos para o desenvolvimento das funções cognitivas, emocionais e sociais. Alterações nesse processo podem se manifestar em mudanças comportamentais e cognitivas que, quando não compreendidas, aumentam a vulnerabilidade ao sofrimento psíquico e ao risco suicida.
É fundamental compreender que sinais de suicídio não se resumem a falas diretas sobre morte. Muitas vezes, eles aparecem em padrões sutis de comportamento ou em dificuldades cognitivas que prejudicam a regulação emocional.
Principais sinais de risco em crianças e adolescentes
Com base em evidências clínicas e em estudos recentes, alguns sinais que devem ser observados incluem:
Isolamento social persistente: não apenas evitar amigos, mas também rejeitar interações familiares.
Queda significativa no desempenho escolar: especialmente quando acompanhada de perda de concentração, memória ou motivação.
Discurso de desesperança: verbalizações frequentes de desvalorização, inutilidade ou vontade de desaparecer.
Comportamentos autolesivos ou de risco: cortes, queimaduras, ingestão de substâncias ou comportamentos impulsivos.
Alterações neurocognitivas associadas: dificuldades de atenção, desorganização, alterações de sono e apetite, muitas vezes confundidas com “fase” ou “rebeldia”.
O papel da avaliação neuropsicológica
A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta essencial nesse contexto. Ela permite mapear funções cognitivas e emocionais, ajudando a diferenciar questões do desenvolvimento típico de sinais que indicam sofrimento psicológico grave.
Essa investigação traz clareza para pais, cuidadores e educadores, oferecendo dados objetivos que direcionam o melhor tipo de intervenção — seja psicoterapêutica, médica ou educacional.
Caminhos para a prevenção
A prevenção do suicídio em crianças e adolescentes exige três pilares principais:
Observação atenta dos sinais de risco.
Acolhimento e abertura ao diálogo, sem minimizar ou julgar.
Intervenção profissional qualificada, com acompanhamento psicológico, psiquiátrico e, quando necessário, avaliação neuropsicológica.
Conclusão
O suicídio não surge de forma repentina: ele é precedido por sinais que precisam ser reconhecidos e interpretados. Como psicólogo e neuropsicólogo, reforço que a escuta qualificada e a avaliação adequada podem salvar vidas, especialmente quando o sofrimento ainda pode ser ressignificado.
Neste Setembro Amarelo, o convite é claro: olhar com profundidade, compreender além do óbvio e agir de forma preventiva.
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