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O uso excessivo da inteligência artificial pode prejudicar o cérebro? Entenda o que é o “brain rot digital”

Imagem criada por IA
Imagem criada por IA

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) se tornou parte do nosso cotidiano: vídeos gerados automaticamente, resumos prontos, assistentes virtuais... Mas será que o uso excessivo dessas ferramentas pode afetar o cérebro — especialmente em crianças e adolescentes?

Neste artigo, explico de forma simples e com base científica o que é o chamado “brain rot digital”, quais são os riscos e benefícios do uso da IA e como encontrar um equilíbrio saudável entre tecnologia e saúde mental.



🤖 O que é “brain rot digital”?

“Brain rot” é um termo recente, popularizado na internet para descrever aquela sensação de mente embotada, comum após longos períodos consumindo vídeos curtos, memes e conteúdos automatizados.

Apesar do nome novo, a ciência já investiga há anos os efeitos do consumo passivo e excessivo de tecnologia no cérebro. Estudos mostram que esse hábito pode reduzir a ativação de áreas essenciais, como o córtex pré-frontal, responsável pela atenção, planejamento e tomada de decisões.

🔍 Fonte: Christakis et al., 2018


⚠️ Como o uso excessivo de IA pode impactar o cérebro e as emoções

✅ Sobrecarga cognitiva:

Receber estímulos constantes — imagens, sons, notificações, vídeos — compromete a concentração, a atenção sustentada e a memória de trabalho.

📖 Montag et al., 2021

✅ Mais ansiedade e irritabilidade:

Adolescentes que passam muitas horas em frente às telas relatam maior irritabilidade, pior qualidade do sono e mais sintomas ansiosos.

📖 Twenge & Campbell, 2018

✅ Menos criatividade:

Consumir apenas conteúdos prontos diminui o uso da imaginação. Em crianças, isso pode prejudicar as brincadeiras simbólicas, fundamentais para o desenvolvimento.

📖 Kushlev et al., 2019


⚖️ IA: evolução tecnológica com bônus e ônus

A inteligência artificial não é uma vilã. Pelo contrário: pode ser uma grande aliada no aprendizado, no acesso a informações de qualidade e na inclusão de pessoas com dificuldades de comunicação.

O problema está no uso passivo e contínuo, que substitui momentos essenciais de reflexão, leitura, brincadeiras e convívio presencial — atividades insubstituíveis para o desenvolvimento emocional e cognitivo saudável.


🌱 Dicas para proteger o cérebro no mundo da IA

1️⃣ Faça pausas offline: pelo menos 30 minutos sem telas antes de dormir melhoram o sono e a consolidação da memória.

📖 Cain & Gradisar, 2010

2️⃣ Valorize o mundo real: atividades manuais, esportes e contato com a natureza ajudam a equilibrar as emoções e ativam diferentes áreas do cérebro.

📖 American Academy of Pediatrics, 2016

3️⃣ Use a IA de forma ativa: incentive a criação, pesquisa, organização de ideias — e não apenas o consumo passivo.

4️⃣ Converse sobre o conteúdo online: debater o que é visto ajuda a desenvolver pensamento crítico e autonomia.

📚 Conclusão

A inteligência artificial é uma conquista extraordinária, mas precisa ser usada com consciência — especialmente por crianças e adolescentes, cujos cérebros ainda estão em formação.

O “brain rot digital” não é um diagnóstico clínico, mas representa um alerta legítimo sobre os impactos do uso excessivo da tecnologia na saúde mental e no funcionamento do cérebro.


✨ Quer saber mais?

Como psicólogo e neuropsicólogo, posso ajudar famílias a entenderem melhor esses efeitos e a construírem uma rotina digital mais equilibrada — com apoio da ciência e da escuta acolhedora.


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